Sexta-feira, 30 de Dezembro de 2005
Abram as cortinas em 2006 e deixem entrar os sonhos!
Quantas vezes já ouvi falar em sonhos, de sonhos...
tantos,de tantas faces...
de sonhos como se estivesse dormindo...
o verdadeiro sonho é quando se está acordado...
navegando na imaginação
nao sei quem comanda..o desejo ou o coração...ou ainda se os dois, ou se dividem nessas coisas , não sei nunca entendi! Mas que a imaginção existe, existe!
Em cada sonho, sejam fantasias ou ilusões...seja fintar as dificuldades da vida...
seja namorar... ter um amor...
A imaginação é poderosa. Nesse cantinho do cérebro tudo pode acontecer, tudo se realiza, tudo encontramos e ficamos onde quisermos no passado ou futuro...apenas onde desejamos...
Imaginação sempre alerta, sempre desperta..em todos os dias... anos...e na vida
onde mais vivemos, ...ela capta, o desejo no ar...o que vem, o que vai chegar....nos induz ao caminho seguir, alimenta a intuição , impulsiona o coração!
Será que ela é individual...ou universal...De onde vêm?
Não sei! Cada um tem a sua!
Abram as cortinas no próximo ano e deixem entrar muita imaginação , muito desejo para 2006...
Soltem a imaginção! Soltem os desejos!
Feliz 2006 para todos que por este cantinho de amor e dor passam...
até para o ano...
Um beijo com carinho para todos que me lêm e que mesmo sem me conhecerem nome ou identidade me têm ajudado...
Feliz 2006....
Pensadora
Terça-feira, 27 de Dezembro de 2005
Há medida que o final de mais um ano se aproxima é quase inevitável não pensarmos no que vivemos , no que tivemos, no que nos marcou e é frequente ouvirmos Só espero que o próximo ano seja melhor como se uma simples mudança de página no calendário, arrasta-se os problemas para longe, as dificuldades ficassem fechadas em gavetas e tudo desaparecesse à medida que comemos as doze passas ao som das doze badaladas.
Afinal é mais um ano que termina e outro que vai começar! Em que os medos , os receios, os sonhos se vão transportar no tempo e talvez no próximo alguns ainda se vão continuar arrastar
Hoje dei por mim arrumar algumas gavetas da minha vida foi inevitável o encontro com fotografias antigas, objectos dados por pessoas que perdi o rasto, ou já partiram para o infinito, músicas que nos trazem à lembrança pessoas e momentos! Amores que mesmo depois de terminados permanecem na lembrança. Porque um amor de verdade nunca acaba apenas morre no tempo, nas vivências nas trocas de carinho nas palavras e nos gestos. Podemos nunca mais ver a pessoa mas ela fica guardada para sempre na gaveta do coração pelo bom e pelo mau que nos deu!
Tantas lembranças que transportamos de ano para ano, que carregamos no dia-a-dia. Às vezes é impossível não chorar, como não nos emocionáramos ?
Trouxe comigo uma caixa de papelão, para colocar as coisas fúteis e lançá-las ao lixo. De repente senti um aperto no peito de que adiantaria deitar fora, papéis , cartas, endereços, fotografias se dentro de mim não consiguia arrancar o que se passou? Se a cada passo tropeçamos numa nova lembrança, por isso desisti de deitar fora o passado!
Continuo a guardar para mim os bons e os maus momentos da minha vida,
Estavam ali agora, na caixa prestes a seguir o cruel destino das coisas obsoletas atiradas para o sótão
Por momentos olhei para trás em tudo o que via e o que a saudade me deixava visualizar, era a minha vida que passava diante dos meus olhos.
Investi naquelas coisas, tantos sonhos, tantos planos, tanta emoção, tanta alegria desprendimento de energia!
E afinal tão pouco restava
Enxuguei a última lágrima que ainda rolava pela face e decidida, subi as escadas do pensamento que conduziam ao sótão,onde finalmente depositaria a caixa.
Vai ser fácil, pensei. O TEMPO PASSOU.
Porém, no último instante, num súbito suspiro emocionado, voltei e depositei tudo nos lugares novamente.
Faltou-me coragem, tudo estava ali.
Limpei meu rosto, e de agora em diante, pensei: apenas lembranças.
Está tudo exposto, agora...
Precisava expor tudo, nada podia ficar oculto.
Não quero esquecer!
Quero sempre lembrar e
Apenas continuar a viver.
Com o passado e os olhos postos no futuro até porque um novo ano se aproxima e tenho de tentar vivê-lo da melhor maneira que souber e puder!
A mudança de página nada muda, temos de mudar dentro de nós! Essa é se calhar a mudança mais difícil de todas
pensadora
Segunda-feira, 26 de Dezembro de 2005
O tempo passa e nem damos conta, ou tentamos disfarçar que ainda não passou tanto tempo.
Hoje é um dia diferente , a viragem da página do calendário faz-me comemorar o dia em que nasci, numa noite de tempestade segundo conta quem viu, logo a seguir ao Natal! Natais de outros tempos com menos consumismo .
Cheguei a este mundo como qualquer outro ser, não trazia bagagem escolheram-me um nome e acolheram-me numa família que era a minha.
O tempo foi passando, aprendi a gatinhar, andar
a ter a minha própria bagagem. Alguma pesada outra mais leve. Alguma fui deixando perdida no tempo, nos amigos que tive, nos lugares por onde andei, nas paixões que criei , nos amores que tive e deixei escapar.
Aos poucos os meus pés foram deixando de caminhar junto com os da minha mãe, comecei a caminhar sozinha, caía e levantava-me , muitas vezes magoada mas escondia as feridas para não a preocupar e me sentir forte.
Agora só me restam as palavras e as lembranças do passado
recordar os momentos vividos, as lágrimas derramadas , os sorrisos estampados no rosto, as vitórias alcançadas, os sonhos que deixei arrastar no tempo.
Deixei de ser criança, de acreditar no Pai Natal e acabei por me tornar no Pai NataL dos meus marinheiros e realizar os seus sonhos , os meus foram ficando empacotados em baús atirados para um canto cada vez mais empoeirados e esquecidos.
Hoje sou mulher, com vários anos vividos, os sonhos transformaram-se em realidades, alguns em pesadelos que carreguei na bagagem anos a fio. Com alguma coragem e determinação fui largando medos, pesadelos e fantasmas pelo caminho, mas logo outros foram ocupando espaço na minha mala chamada coração!
Tornei-me a oficial de um barco que tento comandar com determinação nunca baixando as velas e sempre com as mãos no leme e os olhos postos no horizonte , porque afinal o passado já passou.. agora o que importa é o que está para além do presente, aquilo que os meus olhos conseguem ou não visualizar. Mesmo sem ver, tento inventar como serão as próximas páginas viradas no calendário.
são os desejos que não sei se irei realizar
Não há festa ou comemoração, é só mais um dia em que alguns amigos e conhecidos se lembram de telefonar e mandar mensagens e tento sorrir para os meus marinheiros! Sei que os anos também vão passar por eles e um dia vão festejar as suas vitórias e derrotas longe de mim, vão tal como eu esconder as feridas para não me magoarem
mas a vida é assim mesmo , o tempo vai passando sem darmos conta
.
Ponho-me a pensar no que perdi , no que tive , no que deixei e conquistei ao longo destes anos , por medos e receios , tanto o que deixei escapar entre os dedos e o tempo passa tão depressa que não tem tempo para voltar atrás e recomeçar tudo de novo!
Eu ainda quero ter tempo e forças para aguentar este barco por alguns anos, até os meus marinheiros se fazerem ao mar sem precisarem da minha ajuda, apenas do meu carinho, porque isso precisamos sempre seja qual for a nossa idade.
O tempo vai passando e eu quero estar aqui até ter capacidade, umas vezes com mais nostalgia , outras com saudade , e sei que cada dia que passa talvez as forças vão fraquejando mas mesmo vou tentar não desistir porque quero vê-los crescer, tornaram-se homens e mesmo sentindo que os meus passos já não acompanham os deles, que vou ficando para trás, mas dentro do coração deles que é onde quero ficar até ao Infinito como diz o meu marinheiro mais velho!
Quero estar presente no seu caminho e dentro do possível sorrir em cada virar da página, do calendário
Estou a tentar ter um dia calmo até porque é muita comemoração seguida ( risos) talvez por isso nunca tenha dado o devido valor ao meu aniversário e com o tempo tudo se vai perdendo, tradições, hábitos, rituais
O tempo passa mesmo depressa ! Nem damos conta e depois já é tarde demais para o resgatar
Obrigada a todos que se estão a lembrar...
pensadora
Quinta-feira, 22 de Dezembro de 2005
Esta deve ser a última vez que deixo aqui os meus pensamentos antes da noite mágica para muitos principalmente para as crianças, mas para outros será mais uma noite onde a tristeza e a solidão vincará com maior firmeza rostos e olhares.
Estas noites em que é suposto haver alegria em todos os olhares nem sempre é verdadeiro, mas é quase inevitável não nos deixarmos contagiar por toda esta alegria e euforia que reina nas ruas , casas enfeitadas , crianças ansiosas rasgam embrulhos com impaciência para saber se lá dentro está o que tanto pediram!
Mas como em qualquer noite do ano a lua vai brilhar no horizonte! A noite chega e com ela a lua começa a espreitar ao entardecer. Eu gosto da noite do silêncio que ela arrasta consigo, a noite para descansar, pensar e escrever... Com a noite me revisto de forças e tento dar paz ao meu corpo e espirito.
A noite mágica está prestes a chegar e com ela certamente uma lua vai clarear as ruas e os sorrisos de muitos para não deixar que o universo se apague!
Debaixo da noite contemplamos o Sol escondido, recordamos outros Natais com outras pessoas que já sairam da nossa vida, algumas para sempre , outras por simples desencontros, mas mesmo assim entre sorrisos e lágrimas todos tentamos fazer deste Natal o melhor possivel.
Um jantar melhorado, uma mesa colocada a preceito, conversas banais que tentam disfarçar algumas tristezas e angústias, mas também alguma alegria partilhada entre rabandas e filhoses...e gritos de crianças!
Lua e Sol, Sol e Lua,perpetuam suas polaridades numa beleza nua e crua que dá vida ao universo! E nós sentados à mesma mesa de pessoas com quem nem sempre temos grandes afinidades, talvez guiados pela estrela mais brilhante de todas que nos faz ter força para estarmos juntos e separados de quem amamos e tanto queremos! Se pudessemos haveria lugares que trocavamos, mas isso não é possivel em algumas ocasiões a " tradição ainda é o que é" e contra isso nada podemos fazer!
A Lua filha da noite traz o fogo reflectido em tua face, espalha alegria e luz em todos os lares neste Natal...
A todos um Natal cheio de amor e algria sempre com a lua e o horizonte como companheira...
Até depois do Natal....
pensadora
Segunda-feira, 19 de Dezembro de 2005
É tarde demais ?
Para dizer que lamento
Que são as pequenas coisas que contam
Que é a união que busco
Que ao abrir os olhos é a tua imagem que procuro!
É tarde demais?
Quando digo que quero ser livre como um pássaro
Não imagino uma vida de aventuras.
Penso apenas em viver
Com as flores que dão colorido à vida,
Com o perfume que suavizam os sentidos
Com o prazer de olhar o céu azul,
Do sol se deitando sobre o mar,
Das noites límpidas banhadas de luar.
Será muito tarde?
Sei que pode ser loucura!
Mas os bens materiais envelhecem-se
Eu quero procurar raízes,
Para acordar
Com o orvalho da manhã.
Será assim, tão tarde?
Para encontar algo
Para estar com o vento sem monotonia
Ser uma gaivota que gosta de esvoaçar
entre as ondas do mar.
Mas sempre à tua procura!
Quero vaguear pela noite
Viver ao sol como uma cigana.
As noites passadas ao relento
Tendo por colchão a relva
E por cobertor as estrelas.
Nem que seja em pensamento...
Não quero deixar o meu corpo esmorecer
Na mágoa da esperança que me manteve!
Se não tivermos mais tempo e
Ainda assim a saudade bater à tua porta,
Vê-me através da lua pálida
Sente-me no perfume do vento,
Ouve-me nas cantigas que saem dos acordes
de uma viola qualquer
Ouve-me no sussurro do mar.
Lembra-te que nunca é tarde demais
por isso deixo aqui escrito na esperança
que nunca seja tarde demais para recomeçar
e viver no presente em busca do futuro!
pensadora
Quinta-feira, 15 de Dezembro de 2005
Ao percorrermos os caminhos da vida várias pessoas se vão cruzando na nossa vida e estranhos sentimentos unem as pessoas. Sentimentos como o amor, amizade e simpatia sempre na esperança que cada um deles nos traga um pouco de alegria e felicidade a uam vida por vezes cinzenta ou desiludida.
Mas neste nosso caminho há sempre alguém que quase nascendo do nada chama a nossa atenção , toca o nosso coração e vamos lá saber porquê...Porquê esta pessoa e não outra?
Na verdade , não sabemos, muitas vezes mal conhecemos aquela pessoa que não nos sai do pensamento, vamos descobrindo afinidades diferentes de outras amizades.
Sentimos que um envolvimento pode acontecer e durante algum tempo vamos fingindo que nada existe, porque temos medos, receios que uma vez mais toda aquele sentimento toda aquela emoção nos traga sofrimento...
Mas toda a emoção sentida, melhora a nossa vida, porque viver o amor a amizade, um relacionamento, um carinho, faz o nosso coração bater mais depressa dando outro sabor à vida, outros sonhos e fantasias...
Dia a dia vamos percorrendo os caminhos da vida, umas vezes de uma forma mais solitária outras vezes com o coração aos pulos e alegria estampada no nosso rosto porque um sentimento diferente dos outros nos faz acreditar que a vida não é um vazio...apenas tem momentos mais tristes, que podemos altarar a quaqluer momento deixando entrar no nosso coração um sentimento chamado amor...
pensadora
Segunda-feira, 12 de Dezembro de 2005
Vejo-me a navegar por mares longínquos, perdida entre ondas num pensar constante.
Mergulhada nas minhas dúvidas , angústias e incertezas. Mas mesmo assim deixo-me navegar , entrego-me às tempestades e muitas vezes sinto-me sem força para as vencer. Nem me apetece lutar, apenas me deixar ir na corrente, sem saber para onde vou nem se vou conseguir regressar.
Às vezes penso que sou tonta em me deixar vencer pelos medos, mas não consigo caminhar nesta terra que sinto pouco firme e então lanço as velas e faço-me ao mar. Tentando encontrar uma terra que me dê mais firmeza, um mundo onde possa abrir a página da verdade e que me ofereça uma vida de esperança.
Tento esquecer o que de bom vivi, o que me foi oferecido e entregue com carinho sem cobranças. Tento apagar todas as lembranças dos amores vividos, dos sorrisos trocados.
Tento lavar as feridas de quem magoei e partir para um novo mundo desconhecido, mas onde seja menos prisioneira de mim mesma.
Sei que nada me livrará deste sofrimento, do medo , das angústia e mesmo que suma no horizonte , encoberta num manto molhado pelo orvalho, sem me importar com o que deixo, uma paixão por viver, uma vida pela metade, mas rumo para um mar desconhecido que pode estar coberto de gelo , ou ser suave azul e sereno
Só sei que preciso navegar, velejar por outros mares, conhecer novos portos , novos marinheiros e não sei se um dia voltarei ao cais, ou talvez um dia queira voltar e seja tarde demais.
Claro que esta minha vontade de partir não me impede de olhar para traz, vislumbrar o deixo em troca de nada, mas mesmo assim arrisco partir antes que venha um vento Norte e destrua tudo à minha volta e já não tenha para onde ir ou ficar
e em meu redor só haja destruição , escombros deixados por um furacão que só levanta dor, fazendo vitimas e aí depois de tudo destruído já de nada adiantarão as lágrima, para consertar as feridas, o abandono ou as mágoas
A vida dificilmente retornará à normalidade
Sei que corro o risco de me afundar, as minhas velas não aguentarem a força dos ventos, das marés ,mas sei que preciso estar atenta a todas as correntes para não ficar demasiada presa ao meu pequeno barco e assim perder oportunidades de conquistar a tão sonhada felicidade
pensadora
Sexta-feira, 9 de Dezembro de 2005
Lá fora um sol envergonhado, talvez por estarmos em Dezembro e os raios de Sol não tenham forças para contrariarem a Natureza. Ele sabe que agora não é a sua altura de reinar. Tem que dar lugar aos seus parceiros , a chuva e o vento.
Tal como o Sol hoje também acordei nostálgica ,talvez porque sem querer não consigo deixar de pensar
e me envolver no que me rodeia. Às vezes queria fechar os olhos, o meu coração e tornar-me num pedaço de gelo que só derretesse nos dias de Sol. Ontem aqui mesmo no pc ouvi uma amiga de longa data queixar-se dos encontros e desencontros do seu casamento, da decisão que sabia que deveria tomar, mas falta de coragem, do medo da recriminação dos outros e o receio de recomeçar tudo de novo
mas um dia eu talvez ela consiga ter forças para ver que lá fora há um mundo à espera dela, nem melhor , nem pior , apenas diferente e que lhe pode oferecer um recomeçar, com menos ansiedade, menos desespero, menos lágrimas escondidas.
A vida ensinou-me que podemos demorar a levantar-nos depois da queda, mas que acabamos sempre por nos erguer. Se continuarmos a viver uma vida que não nos pertence é um cai e levanta constante que nos faz sentir desequilibrados e sem saber se queremos cair ou levantar
.Se estivermos caídos no chão sofremos em silêncio se nos levantarmos temos que olhar enfrente e viver a vida que escolhemos, mas muitas vezes não lemos bem o guião porque senão certamente não tínhamos aceite o papel principal
.de um filme que não parece ser nosso!
Outros amigos reais ou virtuais ( apenas porque não lhe conheço o rosto) porque para mim a partir do momento que falam comigo, brincamos, desabafamos junto, não me importa o rosto, a cor dos olhos , são pessoas que começam a fazer parte da minha vida e eu preocupo-me com elas sinto-lhes a falta sempre que estão mais ausentes. Comentaram os seus encontros e desencontros, o seu desanimo com a vida, a sua falta de motivação
Será que as pessoas vivem ou sobrevivem? Afinal tanta gente lamenta a sua dor, o seu percurso
Hoje ao chegar ao meu local de trabalho uma colega também com problemas conjugais tentava sorrir para não chorar, o seu olhar cansado e ausente fez me comentar algo para início de conversa , mas percebi a sua tristeza o seu desanimo
.trinta anos de sonho desfeitos há menos de um , uma vida de mentiras disfarçada em anéis de brilhantes, perfumes, carros bons, mas afinal tudo não passava de uma ilusão
ou de um vida de princesa que agora se está a transformar em gata borralheira. Afinal atrás de cada castelo que é nossa casa, muitas lágrimas são escondidas, muitos desgostos e segredos atafulhados em baús, malas e malotes
O Natal é o tempo de sentar à mesma mesa famílias que muitas vezes estão perdidas e que farão de tudo para evitar certos olhares mas mesmo assim compram prendas e repartem sorrisos e abraços.
Mas apesar de tudo têm um castelo. Não pude deixar de passar indiferente uma noticia que ouvi de uma família que foi despejada porque devia pouco mais de 50 euros de rendas em atraso, não conheço as razões, não conheço os antecedentes , mas não posso ficar indiferente uma noticia destas
ainda por cima quando a cidade está cheia de luzes que acendem e apagam, carros de compras cheios de brinquedos, chocolates
.Será que não haveria outra forma de resolver a situação? Cinquenta e poucos euros
.
Sabem cada vez gosto menos do Natal , não porque ele seja o culpado das desgraças mas o seu espírito está perdido nas grandes superfícies em que se pode apagar todas as mágoas com um presente..
O dia vai correndo, o Sol tenta impor o seu reinado mas eu não consigo parar de pensar em tantas pessoas que vão passar o Natal embrulhadas em cartões que esperam um carinho ou um prato de sopa quentinho que lhe afague o estômago e o coração
outras que tendo muita gente no mundo, foram pais, irmão, avós ficaram sozinhos à medida que as rugas foram vincando o seu rosto
.
Ontem curiosamente quando fui buscar o meu marinheiro a uma festa de aniversário vi um rapaz dos meus tempos de juventude de quem até fui muita amiga, que dava nas vistas pela sua beleza, pela sua mota( coisa rara na altura) pelo seu sotaque inglesado já que tinha vindo do estrangeiro
olhei para ele e quase não o reconheci continuava charmoso, mas tão diferente
os seus cabelos claros e soltos deram a agora lugar a um cabelo grisalho cheio de brancas, um porte mais robusto
o mesmo ar tímido e calado
e pensei naquela frase típica estás na mesma. Pura ilusão. Não, os anos passam e deixam marcas
quando cheguei a casa fui me ver ao espelho, talvez o mesmo ar de menina, mas os nos meus olhos rugas profundas que não mentem, o meu rosto cansado
de quem já desbravou muitos caminhos e tropeçou em muitas pedras!
As pessoas há medida que vão envelhecendo mudam por dentro e por fora
e o Natal há medida que a sociedade a tecnologia foi evoluindo também se foi vestindo com outras vestes, vestiu o fato do consumo e da indiferença
Enfim o Sol vai abrindo e vou tentando viver mais um dia e esperar que chegue depressa a noite para me encontrar no silêncio, depois dos meus marinheiros descansarem
e eu ter uns minutos, umas horas para mim , para renascer de novo
pensadora
Quinta-feira, 8 de Dezembro de 2005
A cidade está a começar adormecer, teve um dia agitado com lojas apinhadas de gente , porque o Natal vem ai , o tempo passa mas todos os anos se repete a mesma euforia, os mesmos sonhos e desejos.
Agora enquanto a cidade e adormece eu fico a olhar pela janela, com os olhos perdidos num ponto qualquer, e busco de uma forma inconsciente rever o passado, preencher as saudades, procurando o cheiro , o gosto e o toque de outros tempos. Anos armazenados , momentos vividos nesta teia complexa chamada vida.
Enquanto a cidade dorme, tento adormecer também cenas esquecidas que por vezes tentam fugir do passado na esperança de se tornarem presente..
A cidade vai adormecer ficar no silêncio da madrugada, vasculho dentro de mim , soluções e razões que não combinam com os meus sonhos, com a minha vontade de viver, com o meu futuro.
Nesta altura de Natal a cidade é um repleto de luzes que piscam iluminando a noite, as estrelas brilham sentindo a magia do céu que também abriga a lua e o sol.
Enquanto a cidade se deixa envolver em mais uma noite fria , revivo a minha história na fria realidade
dos momentos doces que se foram, das lições apreendidas, das decisões tomadas, dos amores que vivi e dos que não vivi, a saudade que ficou!
Mas ou ver a cidade adormecer de repente entendi que a vida continua
que amanhã volta a despertar
e um novo dia totalmente desconhecido se vai desenrolar
porque mais que saibamos o dia de amanhã nunca sabemos ao certo como vai correr, os encontros e desencontros, os imprevistos, os sorrisos, as alegrias e tristezas...
Tal como a cidade vou tentar também adormecer...
pensadora
Domingo, 4 de Dezembro de 2005
Hoje foi dificil ver-te partir, ficar com a tua ausência, e sem a tua presença deixo o vento beijar-me, a chuva molhar-me , na impossiblidade de sentir o teu abraço, de ouvir as tuas palavras de carinho, afecto e amizade!
Entrego-me ao céu estrelado tento adivinhar o que ele me diz, onde estás, que fazes, se pensas em mim, se ainda me queres, apesar dos meus medos e desvaneios...
Na tua ausência tento procurar novos amigos, reais ou inventados para não me deixar entregar tanto ao teu amor, porque tenho medo de não o conseguir viver. Queria ser forte enfrentar tempestades, ventos e marés e gritar bem alto para que não houvesse mais dúvidas que te quero muito e que sofro muito com a ausência do amor...
Amor que tentas me dar em cada gesto, palavra, sorriso e mesmo na distâncias tentas disfarçá-la com manifestações de afecto que chegam através de mim do vento que me envolve do frio que sinto!
Queria ter forças para acreditar que um dia este amor vai vencer e eu vou enfrentar o mundo...mas sabes que não tenho coragem!
Tenho tantos medos e receios que te fazem sentir menos amado ou desejado, mas acredita que por mim nunca haveria ausências ou distâncias...
Sabes que não quero magoar o mundo e acabo por me magoar e magoar-te a ti...e viver na escuridão do sonho e da realidade...
Apenas quero que saibas que sofro muito com a tua ausência é sempre muito dificil ver-te partir porque nunca sei ao certo quando regressarás ou se um dia te vais cansar dos meus medos, dúvidas ou de viver nas incertezas das minhas dúvidas...
Acredita que sofro muito na tua ausência ...o coração está apertado e queria gritar bem alto o teu nome...mas não posso!
Na ausência do amor deixo-me envolver pelas noites frias e recordo cada momento cada pedacinho de ti...de nós e faço planos que não sei se um dia iremos realizar....
Com tristeza da tua ausência....
pensadora