
Apetece-me não olhar para as nódoas do chão, apetece-me não olhar para a desarrumação, apetece-me rir, chorar, ouvir música em altos berros e gritar que quero sobreviver.
Às vezes apetecia-me só comandar a vida pelo apetece-me, não ir trabalhar todos os dias, não fazer jantar , não me levantar da cama e sentir que tal como o mar bato nas rochas agitado e sigo o meu caminho. Apetece-me apagar o passado e saltar o presente e depressa chegar ao futuro!
Um futuro em que o Sol brilhe sobre as ondas ! Apetece-me pegar no carro acelerar, fugir à policia e não ter medos ou receios. Apetece-me sonhar!
Apetece-me amar e ser amada! Apetece-me acender a lareira só para ficar a olhar o brilho do fogo. Não me apetecia cumprir rituais familiares e apetecia-me gritar a toda gente que sou livre e não tenho amarras e tal como o mar bater na areia, Enroscar-me no meu desejo e deixar-me levar pelo apetece-me!
Apetece-me rasgar as páginas do calendário, riscar datas da memória, apetece-me ir lá para fora para a chuva e deixar ela molhar todo o meu corpo, limpar-me as poeiras da tristeza !
Apetece-me não me apetecer nada apenas dormir e acordar noutro local, esquecer quem fui ou quero ser! Apetece-me correr na chuva até ficar exausta , tomar um banho bem quente , mergulhar e ficar sem respirar só para ver quanto tempo aguento!
Apetece-me escrever de uma forma desconexada!
Apetece-me caminhar sem destino ou direcção!
Apetece-me não voltar à realidade, mas vou ter de voltar...
( não me apetece ler este texto antes de o publicar e não o vou fazer...só faço o que me apetece nem que seja por mais uns instantes..)
pensadora